MUITOS VERBOS

Não sei o que acontece depois. Qual o efeito colateral de todas as coisas que a gente vive? O que acontece amanhã e depois de amanhã e depois... dentro da gente. Qual o impacto de cair e levantar tantas vezes? É que não sabemos o que vem depois. Talvez depois do medo venha a esperança, mas não sabemos. Talvez depois da dor venha a poesia ou a alegria ou os finais, mas também não sabemos.  Não sei o que acontece depois. E talvez seja melhor assim. 

Lembro de uma tarde de sol forte. Longe. Esperanças ao vento. O futuro sonho anuveado aos olhos. Fui dormir enxugando o desapontamento. Acordei à beira mar. Com uma coleção de decepções na estante. O tempo é um rio que corre, nunca a meu favor.

Que a gente saiba sorrir apesar das tristezinhas. Que a gente consiga ter paciência mesmo que a ira aflore. Que a gente valorize os pequenos instantes de alegria. Que aprenda a lidar com as pessoas mal humoradas. Que caminhe sem medo dos tropeços. Que a gente cresça com cada situação difícil. Que mesmo nos momentos de incerteza a gente saiba manter o coração cheio de esperança. Que mesmo diante da afronta a gente saiba moderar as palavras. Que a companhia dos amigos seja sempre um remédio necessário. Que o amor reine em todo tempo. Que a gente saiba dar perdão independente do outro. Que a gente mantenha o coração limpo apesar das sujeirinhas da vida. Que todas as nossas dores possam, de alguma forma, servir de cura. Que a gente se torne alguém melhor a cada dia, a cada dor, a cada alegria, a cada amor. Que sejamos nós mesmos com toda nossa simplicidade, sem medo e sem vergonha. E que permaneça nas nossas vidas aqueles que nos amam e nos querem bem, apesar de todo o nosso desencant